segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Aprendi com a flor


Os movimentos se refazem agora de acordo com o frio daquelas nuvens pesadas que agora chegam sem parar. Os movimentos se deleitam. Se esbaldam, parecem que como em um mar de rosas, mergulham de cabeça, sem tirar a roupa e sem pensar mais de uma vez.
Eles são fruto do vento gelado, do silêncio da noite, que chama.
Eu quero um balanço que me dite, que incondicionalmente me cite como alguém que lhe pertence, que na calada da escuridão movimente até os fios do meu cabelo, fazendo meus olhos fecharem, mas não por medo...por sentir que facilmente me rendo ás melodias ocultas daquelas horas.
Felizes.
Os movimentos fazem parte de mim e são como idas e vindas que marcam em batidas e que passam de relance na cadencia da vida.
Que então a vida me leve!
Vida leve, que leva e traz das mais variadas formas seus mistérios, enganos e desventuras.E que loucuras hei de pensar se não é verdade que há eterna continuidade de sinfonias, e que as melodias por vezes parecem desafinar?
Movimento e assim vivo. Sinceramente pareço por horas estar buscando o invisível de mim,
eu não quero estar passível a acompanhar músicas já escritas, marcações ou coreografias... Que o corpo fale, e abrace cada sensação, cada horizonte que valha a pena e que não seja pequeno, mas simples.
Aprendi com a flor de uma aldeia a sentir e a não diminuir cada momento, que carrega sua beleza e certeza de querer ser vivido, dançado ou escrito.
Os movimentos existem e não vão, nem devem ser silenciados. Eu invento e desacredito a todo instante, mas insisto em dizer que eles por si só nascem a cada anoitecer.
E assim como a própria Lua, guiam e me fazem pensar em não mais eternizar o que já vejo ter começo e fim. O que não necessita existir para que se possa sentir e buscar na incansável vida, ou canção.... que ousamos cantar e movimentar em contradanças irregulares.