segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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É assim, bem assim que as coisas me surpreendem...vindo de mansinho,tão eficiente quanto uma cobra,mas assim...de mansinho.
Fazem sete anos que a vi, e como se fosse ontem, lembro do tom de pele, da umidade dos lábios rosas. Ela tinha tudo para ser uma atriz fabulosa, tinha presença de palco e um olhar de canto de olho que colocava medo em qualquer marmanjo atrevido.
Não menti sequer uma vez para ela nas noites em que me perguntava se aquele vestido estava bom, se lhe caia bem o blush, se o decote estava bonito... A mulher que conheci em plenos 18 anos cheirava naturalmente a flores e sorria naturalmente como criança.
Voltei a olhar suas poucas fotos depois de sua partida, pensei em rasgá-las bem miúdas... mas, no outro dia me arrependeria muito. Rasguei então pela metade apenas pois poderia colar caso viesse a tristeza. Rasguei porque me faria um bem danado.
Eu gostava muito de dormir ouvindo Belchior, principalmente seu álbum de 99, que me inspirava os sonhos. Sim, me inspirava os sonhos! E assim, foi bem simples o modo como ela me veio pela calada da noite trazendo uma mensagem bonita, que eu seria feliz. F-E-L-I-Z!!!!
Eu sempre achei que voltaria a ser mesmo, mas ela me dizendo assim, bem dito e com todo seu olhar perfurante, eu passei a acreditar! Ela não estava em meu sonho com o seu perfume, estava sem cheiro, longe, mas ao mesmo tempo senti seu calor em meu lado direito, como quando ela deitava a cabeça em meu ombro para chorar uma coisa qualquer que acabara de inventar. Senti seu calor gostoso e então ela fez a promessa de minha felicidade e se foi, carregada pelo vento.
Despertei triste pois antes de abrir os olhos já sabia que não era verdade sua presença ali no quarto. Fiquei com os olhos cerrados esperando que voltasse a dormir para vê-la denovo... Só mais um pouquinho. Levantei e fui lavar o rosto babado, comi uma banana e seis meses depois voltei para casa, cansada de tanto procurar, pés inchados, boca seca e meus cabelos enrolaram de vez.
Sequer me deu uma pista, um mapa, um trajeto... Procurei minha felicidade colocando nela outra cara que não a sua, debrucei-me no mundo sem entender o que estava fazendo e já que estava de volta, fui preparar uma água quente para descansar...ali, bem no armário das panelas eu vi um pacotinho já aberto chamado felicidade...idiotice a minha ter ido tão longe atrás dele. Fiz água quente para os pés, um cafezinho forte e umas torradas com manteiga e orégano. Vi você em tudo isso e também no meu espelho, quando fui me trocar para dormir. Vi e vejo em cada coisa que faço, um gesto, uma rima, um retrato.
E as coisas vêm vindo assim, bonitas, quando a gente deixa elas virem. Eu ando ouvindo muito Elis Regina pra acompanhar o nível, eu ando sorrindo muito para dar sorte, correndo pouco, pensando o suficiente, cantando e dançando para me manter viva, escrevendo para voltar a criar.
Eu ando!
E assim, berrando nos escândalos de noites venho regurgitando o que não serve, me transformando como borboleta.
E assim, carregando você comigo, aceitei que você nunca foi embora, que aquela morte de avião só te trouxe para mais perto, e quero isso!
Desfocada hoje ou mais tarde essa vida há de ser a mesma que sempre tive e soube carregar e ser carregada. A inventarei e deixarei ser reinventada por puro prazer de ir e vir, de aprender e sorrir.
Eu ando sentindo uma coisa que não cabe aqui, já procurei em CDs, já li um monte de poemas, eu ando sentindo...




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quarta-feira, 19 de agosto de 2009


eram tres amigas,ju, beta e lis, e sempre preferiam aquele bar nas horas de conversar coisas serias.
eram trës coisas completamente diferentes e se complementavam sempre...
trës vidinhas traçadas a crescerem juntas e aprenderem assim.
SALVE A CERVEJA...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

" Por que repetir erros antigos se há tantos erros novos a escolher?"

" O homem que aprendeu a não ter medo percebe como a fadiga da vida cotidiana diminui enormemente"

(Bertrand Russel)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Nua


Nudez de sentido, sentimento,
nudez de expressão facial e corporal, imóvel.

Nudez calada e surda que insiste em recrutar zilhões de opiniões diferentes em campos de concentração, em campos de solidão, alí.

Não te interessa agora a opinião do pai, do filho, do cachorro que caiu do caminhão da mudança, para a menina do vestido azul cabe a parte mais dolorosa do sentir-se fraca.

Nem se compara aos detalhes em banho maria que veio trazer ontem, a nudez da menina aos seus 26 anos transborda um prufundo poço artesanal, mas bem profundo mesmo!

Aflita, sentida, marcada a navalha, ela, acompanhada da ausência de calma e força deitava-se em uma cama branca, olhava bem forte para o teto e absolutamente parecia morta.

Seus olhos borrados do lápis preto que escrorreu com as lágrimas de mais cedo, seus seios ainda cheios de leite e sua boca cerrada, isso tinha muito tempo.

Nudez não se traduz, se ve, se sente também.

Não era apenas uma menina, ou uma mulher era um fato consumado, uma idealização do tédio, da apatia, uma miragem ao desconforto de viver. Se tratava de uma merda, uma estúpida e inútil vida jogada fora, e parecia respirar, mas já era imcompatível com a vida.

Cabe uma dose forte, berrando, direto na veia.

Cabe um volume máximo, um cheiro forte, um balde de água gelada, o que mais?

Não seria nem mistério, as pessoas insistem em tentar achar porquês!
(inútil também)

Cabelo vermelho e peitos cheios de leite, lençol branco e agora cheio de sangue, de tristeza, de mentiras e verdades, de fraquezas e falta de compreensão, de falta de compromisso...

Ela tinha os olhos parecidos com os seus e cheirava a cigarro, ela dizia que um dia queria comer escargot, ir a Roma, Cuba e Japão, gostava de dançar aos domingos e usava um brinco de brilhantes vermelhos.

Seu filho se chama Beirartt, que significa filho da eternidade.

sábado, 1 de agosto de 2009

...ai ai

Minha insanidade parece por vezes desabrochar como uma rosa, outras, cair feito um tijolo de concreto de um prédio de 23 andares.
Meu corpo tem gostado de descansar estes últimos dias, minha cabeça tratou de se ocupar demasiadamente e meu coração andou batendo mais devagar, mais ritmado na verdade.
Não precisaria de muito para isso tudo mudar, ou desaparecer, nem sei. Você não só mexe comigo, você me revira a alma, suspende meu vestido de certezas e decisões e joga no canto do quarto.
Para falar bem sério mesmo me apaixonei por cada pedacinho de seu corpo, cada jeito, mania, movimento...Não vou contar (nem me atrevo) as vezes que te carreguei por horas em idéias e sonhos, nas vezes que senti seu cheiro, nas vezes que pensei no que poderia ter sido. Lógico que pensei !
Você não sabe mas as vezes eu sou bem esperta. Não tem nome, mas eu costumo chamar de “mecanismo automático de auto-ajuda” não que nem os livros ou essas merdas, mas como algo que vem se desenvolvendo, e que realmente ajuda.
Decidi tentar decidir alguma coisa, tentar p6or os pés no chão, me olhar no espelho e falar comigo.
Tá muito certo que não tem nada certo.
As incertezas tendem a piorar.
Não quero prever o futuro, ele nunca esteve tão escuro assim, vou deixar ele vir sozinho, mas é que andei mal com isso...
Venho andando a me obrigar a ocupar meus segundos livres, a não ter descuidos, a não esperar demais a hora de te ver. Vai ser tudo normal. Não importa o que aconteça, quero e preciso muito te ver. Acho que passando a mão em seu rosto e sentindo se perfume me acalmo.
Tá vendo? Mais uma mentira...
Te ver vai fazer meu coração perder todo o ritmo, fica parecendo uma engrenagem gigantes descontrolada dentro de mim.
Só passar a mão em seu rosto? Quero te abraçar e levar longe comigo, te beijar e olhar em seus olhos tão fundo, tão forte que você vai sentir um pouco das borboletas miúdas de meu estômago.
Gosto...gosto muito e não posso fazer nada com isso, só posso te dar em conta gotas águas de um rio agitado. Tento secar com baldes, desvios artificiais, Jogando areia, inventando outros rios e fingindo que ta fazendo efeito...
Ainda pensei que iria me pedir um copo d água, uma bacia.
Vou mandar trazer uns caminhões de entulho e jogar em cima, queria te ver já com ele quieto, mas tô com saudades.
Tentei,
Vai ver a gente tenha que aprender muito com tudo isso, eu e você, de maneiras diferentes quem sabe! Vai ver um dia a gente olhe com saudades, raiva, risos, amor, esquecimento, mágoa, felicidade... vai ver a gente esteja fantasiando algo que nem sei mais do que se trata!
Meu mecanismo anda apitando, pedindo que eu cuide de mim e não sei mais como fazer isso...te ver, não te ver, conversar, entender...
Não sei.
Você parece para mim uma coisa tão nova, tão estranha e encantadora que ando assustada, vou dormis, andar na praça, fazer uma sala de frutas quem sabe, mas não quero te contar mais nada, não espere que eu haja normal, ou como antes, não dá e você já sabia disso. Ando me respeitando e buscando lugares quentes, completos... te amo e não tem o que fazer com isso, não adianta insistir. É...sei lá