sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Terra e fogo


Já ouvi dizer coisas demais sobre astrologia,
cosmos,
almas,
energias.
Já tentei entender isso de inexplicável,
de infindável,
de belezas em melodias.
E percebi que não faz sentido algum passar batido,
sem ver motivo,
sem ver o amor por traz de tudo isso.
Já cansada, desatei então o nó da minha cabeça e da camisa dela,
pra o abraço vir despido de tudo que carregamos da rua - cheia -
Ainda cansada, me agarrei no sonho e no cabelo dela,
procurando me aninhar nos seus braços abertos- para nós -
Ando cansada mesmo...
Mais que nunca, mais que nada... sempre há forças!
Me falaram muito disso de simpatia,
beleza,
calma,
harmonia.
E percebi sentimentos ligados a isso de fé,
isso de coragem,
de querer encontrar a sintonia
... Dentro de dois seres,
que estão dentro de um mundo
e fazem este mundo se adentrar de repente em muitas viagens e paisagens.
Quem sabe?
No canto da cama, no centro da cidade,
entrego minhas verdades, ouvindo com atenção as dela.
(Com cuidado para não esquecer).
Cheiro,
sons,
imagens.
Estou entregue à esta terra que há de me comer.
Esta terra que faltava em meu mapa feito de fogo.
Sentindo o coração, ouvindo a cabeça, mesclando os beijos e anseios aos delírios e sonhos.
Todos eles cansados, como eu, de vagar por aí.
E devagar por aí seguiam (...)
Então talvez pensem estar apressado todo este amor,
e vindo na contramão do vagar que eu vinha, e da solidão que por vezes batia.
No fim do dia
No deitar com medo
No acordar sem beijos
Que ela fez ir embora com estes dias.
Já ouvi falar demais em saudade, mas nunca se sabe de verdade o que ela quer dizer, antes de poder sentir.
E cada vez é novidade,
nunca se tem a mesma vontade
jamais se tem o mesmo amor.
Estou entregue à terra do mapa dela.
Traçando um percurso novo,
e mostrando um sorriso bobo, pro bobo sorriso dela.
Botando fogo em tudo que precisa renascer, queimando e me situando,
amando e claro sambando, na terra onde quero viver.