
Nudez de sentido, sentimento,
nudez de expressão facial e corporal, imóvel.
Nudez calada e surda que insiste em recrutar zilhões de opiniões diferentes em campos de concentração, em campos de solidão, alí.
Não te interessa agora a opinião do pai, do filho, do cachorro que caiu do caminhão da mudança, para a menina do vestido azul cabe a parte mais dolorosa do sentir-se fraca.
Nem se compara aos detalhes em banho maria que veio trazer ontem, a nudez da menina aos seus 26 anos transborda um prufundo poço artesanal, mas bem profundo mesmo!
Aflita, sentida, marcada a navalha, ela, acompanhada da ausência de calma e força deitava-se em uma cama branca, olhava bem forte para o teto e absolutamente parecia morta.
Seus olhos borrados do lápis preto que escrorreu com as lágrimas de mais cedo, seus seios ainda cheios de leite e sua boca cerrada, isso tinha muito tempo.
Nudez não se traduz, se ve, se sente também.
Não era apenas uma menina, ou uma mulher era um fato consumado, uma idealização do tédio, da apatia, uma miragem ao desconforto de viver. Se tratava de uma merda, uma estúpida e inútil vida jogada fora, e parecia respirar, mas já era imcompatível com a vida.
Cabe uma dose forte, berrando, direto na veia.
Cabe um volume máximo, um cheiro forte, um balde de água gelada, o que mais?
Não seria nem mistério, as pessoas insistem em tentar achar porquês!
(inútil também)
Cabelo vermelho e peitos cheios de leite, lençol branco e agora cheio de sangue, de tristeza, de mentiras e verdades, de fraquezas e falta de compreensão, de falta de compromisso...
Ela tinha os olhos parecidos com os seus e cheirava a cigarro, ela dizia que um dia queria comer escargot, ir a Roma, Cuba e Japão, gostava de dançar aos domingos e usava um brinco de brilhantes vermelhos.
Seu filho se chama Beirartt, que significa filho da eternidade.
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