sexta-feira, 18 de outubro de 2013
"do baú"
meu:
Tão intensa que assusta. E afasta. E ofusca, mesmo de manhã quando prende o cabelo. Tão intensa que chega a doer os ossos. Choque térmico. E principalmente quando me olha do espelho e sorri. Queima. Porque qualquer olhar não é só um olhar. Corta. Porque qualquer sorriso não é só um sorriso. Sangra pela pia todos os meus sonhos. E os temores. As inevitáveis dores. Tudo na mesma intensidade. O problema é que não existe intuição no amor. No amor só existem degraus. Aqueles degraus que você vai subindo.
dela:
Parecia uma maluca dançando. Descoordenada. Solta. Alucinada. Era bonito de se ver. Com o corpo meio derretido, suado e vermelho. Tinha olhos de gato. Faiscantes. Negros. Esquivos. Me pediu uma cerveja. Assim mesmo - 'pega uma cerveja pra mim' - como se fossemos amigas. No minimo como se me conhecesse. E eu - ainda sem saber por que - fui pegar. Assim mesmo,submissa. Robótica. Hipnotizada. Levantei e fui. Quando voltei ela ainda dançava. Pegou a lata gelada, deu um gole e me beijou. Lábios macios. Gosto amargo. Cheiro de fruta. Seria pitanga? Dentro do nosso beijo surgiram outras bocas, línguas, mãos, peles. Outros corpos. Música. Fumaça. Dança.
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