Não queria guardar para outro momento, ou deixar isso tudo aqui esfriar, só para te passar sem medo.
Está latente, fervendo, e o que mais me atormenta neste instante é essa minha incapacidade de conseguir falar,
berrando aos quatro cantos deste quarto e deste mundo o que entala no peito e pulsa no coração.
Escrever é a única coisa que me cabe.
Não sei se te contei, mas sempre que te vejo, uma marcha de carnaval ecoa dentro de mim, e as serpentinas que acompanham o sopro do trompete, vão lá em cima naquelas diversas cores, sabe?
... Não lembro muito bem que cores seriam estas,
mas diante destes momentos, simples e bonitos, sei que são diversas.
Naquela noite tudo foi muito diverso, as melodias as companhias, uma mistura tremenda de suor de gente, com todo tipo de energia...
E de expectativas.
A iluminação falhando, a banda, acho que tocando, creio que cantavam. E tudo tremia.
Não, meu bem... Na verdade eram nossos corpos que tremiam.
Creio em tanta coisa, meu bem.
E nas pequenas voltas que seu cabelo negro dá, vou tentando acreditar em um pouquinho de cada certeza que tenho.
Não sei porque, mas acreditei em você desde aquela noite de suor, e não me arrisco em sair debaixo de suas voltas, negras.
Ai! nossos corpos combinam... Tão bem quanto nossos planos...
E tem certas coisas que faço questão de lembrar.
Lembra de teu pedido de namoro?
Acho que aquele foi o pôr do sol mais... Perfeito de minha vida.
No meio da terça de um carnaval nada comum, te dei um sim, que já vinha pulsando em mim.
Costumo dizer sim para suas propostas malucas.... Certeiras.
A tua loucura completa a minha, assim como... Teus sentidos.
Você o olfato absoluto, eu o tato doentio, perverso e necessário que por vezes pretende voar mais que borboleta, correr mais que seu carro na estrada.
Lembra do bicho preguiça em nossa última viagem?
Te dava carinho assim, no seu cangote enquanto a estrada passava correndo lá fora, e nós sem pressa nenhuma ouvindo Elis Regina, pensando em absolutamente, em nós mesmas.
Lembro do preguiça... Lembro de tua agilidade com o carro e teu cuidado para não machucar ele. Nem você nem quem vinha atrás poderia ferir aquele ser... Lento, lindo, e bobo, como nós.
Não me canso de te acarinhar, meu bem. Nem de percorrer tanto verde com você na direção.
Hoje não quero horário.... Vamos fazer nossa programação informal?
Desligar o mundo, os celulares e as preocupações. Vem!
Vem meu bem, que hoje e sempre estaremos conectadas, estes confetes mágicos ainda nos enfeitam a alma.
Vem, sente aqui.
Perceba...
Perceba meu bem. Não temos mais o que temer.
O vento está a nosso favor e foi ele mesmo que nos juntou, saindo de sua boca, soprando carnaval em mim.
E neste instante, tudo parece caminhar naturalmente.
O meu coração acelera, mas minha cabeça pede calma, e tudo se equilibra...
Vem dançar comigo porque eu te amo e nossas composições serão tantas, que enfeitaremos nossa casa com melodias e sonhos.
Nessa tarde te espero, sei que já vai chegar, na mala tem saudade e uma sandália de presente...
Muito obrigada pelo carinho!
Não vou descongelar o camarão, acho que hoje comeremos pizza, podemos fazer a massa ou sair por aí.
Mas vem!
Que eu me entrego com amor ao seu colo e destino, e não tenho medo do furacão que pode vir, que pode não vir.
A gente nunca sabe dos fenômenos naturais, mas esta janela não me cabe, tem grades enferrujadas.
Traga seu gato e cachorro, traga suas malas.
Não precisa de guarda chuva, nem de guarda sol, nós nunca guardamos nada neles de verdade.
E vem...
Que esta nossa música e história tá sendo feita com ajuda de muitas mãos...
Do além.
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