
Acorda de repente como se a tivessem chamado,foi só um anjo que sem querer bateu uma de suas asas no seu rosto,
a menina levanta, mas ainda é muito cedo e a casa está vazia, sua companhia fica sendo o silêncio. Mais tarde chega o senhor papel e a dona caneta. A menina sabia que les viriam! Suas mágoas e sonhos só serão contadas para eles, suas confusões serão declaradas por horas aos seus dois amigos.
E em forma de versos a vida da menina é contada naquela manhã onde nem os passarinhos ousariam incomodar.
É rosa, é preto, é amarelo...é colorido o seu coração pequenino, seu coração que quase explode todos os dias por não caber tantos sentimentos juntos, ele palpita forte e a pede que escreva sobre ele, suas estórias e suas batidas.
A mão da menina não se demora, é obediente ao coração, que diz tudo o que quer, ou o que acha que quer.
Menina que inventa um mundo todinho seu naquelas linhas silenciosas, linhas que agora não choram com ela nem respondem as incontáveis interrogações desenhadas antes do galo cantar.
A menina mesmo assim escreve, obedece e escreve cada palavra que o coração diz, o escuta atenciosamente... e escreve.
...A cabeça da menina pede a fala! E então diz que o Senhor Coração está equivocado, que as coisas não são bem assim! A menina calmamente a escuta e também a escreve, afinal, todos podem falar livremente.
-Pois não dona cabeça?
-Menininha...essas coisas são bonitas, mas não existem. Ouça-me e reflita um tanto, sim?
As linhas vão sendo então cobertas de reflexões, o coração e a cabeça não páram de falar e o dia nasce enfim.
Um coração confuso,
uma cabeça cheia,
uma menina com um sorriso e uma lágrima para carregar consigo,
também um bom ouvido para se alguém precisar.
E assim a escrita acaba, tudo é bem dobrado e bem guardado, lá em cima é datado para nunca se esquecer. Não se esquecer daquele dia, daquela manhã daquela agonia que a fez ir escrever.
E é claro que um dia será lido, só por ela compreendido o mistério que é viver.
Pequena menina que aprende a viver em cada letra, que cresce a cada página, que sofre a cada silêncio...quero que levante e me diga de você.
Que vida, que mundo, que amores e desamores.
Então sua boca não se mexe, o coração toma a frente, a cabeça quer falar e os olhos expressam tudo, mas a boca é incapaz.
Já não há necessidade de alguém mais saber, já foi tudo dito, redito por escrito com a maior sinceridade que alguém pode ter.
Não se sabe é que parte se fez ouvir em cada escrita, se foi o sentimento ou a tentativa de não sentir o que se sente, com o coração ou com a mente, em seu mundo irreal.
Lindo esse jogo de mente e coração, quantas vezes nós mortais nos vimos nesse engodo.
ResponderExcluirSou fã.